Dra. Claudia Martins Santana

Insônia - como encontrar o sono reparador

16 maio, 2024

Você já se encontrou virando de um lado para o outro na cama, sem conseguir adormecer? Se a resposta for sim, você não está sozinho. A insônia é um problema comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e suas consequências não afetam apenas a qualidade do sono, mas também a saúde física e mental como um todo. Ela pode ser desencadeada por uma variedade de fatores, incluindo estresse, ansiedade, depressão, preocupações com a saúde, condições médicas gerais e até mesmo hábitos de sono inadequados. O ciclo vicioso se instaura: a insônia pode piorar os problemas de saúde mental, e por sua vez, problemas de saúde mental podem agravar a insônia. O tratamento parte da investigação da causa da insônia (maus hábitos de sono, doenças físicas e/ou psíquicas) as terapêuticas, começando pela higiene do sono, terapia cognitivo comportamental específica para insônia, e se necessário, uso de farmacos, prescritos de forma extremamente responsável e criteriosa, evitando o uso de indutores do sono ("drogas z") de forma indiscriminada



 

TDAH : o diagnóstico correto faz toda a diferença

15 abril, 2024


 

Apesar de circularem muitos vídeos rápidos e posts sobre o assunto, o TDAH está longe de ser um diagnóstico simples. O Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade é uma condição neuropsiquiatrica com alterações que já são observadas desde a infância e podem persistir na vida adulta. Os sintomas de desatenção e/ou hiperatividade precisam trazer impacto na funcionalidade e ser observado em diferentes ambientes, além de não poderem ser atribuídos a outros fatores. Aspectos genéticos são importantes, com uma hereditariedade de cerca de 75%. Podemos categorizar em quadros mistos, predominantemente desatento ou predominantemente hiperativo, além de avaliar com relação a gravidade (leve, moderado,grave). O tratamento precisa ser individualizado e conduzido em equipe multidisciplinar, elaborando estratégias como: plano de estudo, organização, rotina e quando necessário, medicação supervisionada de forma cuidadosa e responsável, solicitando os exames necessários para uma prescrição segura. A avaliação detalhada por médica especialista em conjunto com demais profisssionais e acompanhantes continua sendo a melhor forma de diagnosticar e conduzir os casos. O uso de estimulantes sem supervisão pode causar dependência além de outros efeitos indesejados que podem trazer danos a saúde.


 

 

 

 

 

 

Transtorno de Ansiedade: como ajudar

15 abril, 2024


 

 Os  transtornos  de  ansiedade  correspondem  ao  grupo de condições psiquiátricas mais prevalentes no Brasil. Costumo debater com os alunos de Medicina, assim como com os pacientes, sobre a diferença entre a ansiedade normal (essencial para humanidade) da patológica, para não corrermos o risco de entender como doença toda emoção que traga algum tipo de desconforto. Geralmente o Transtorno de Ansiedade vem acompanhado de sintomas físicos, como taquicardia, falta de ar, tontura, formigamento, zumbido,por exemplo. Fazer uma avaliação médica para o diagnostico diferencial de outras doenças é muito importante. Os pensamentos mais comumente observados são de preocupações excessivas, desproporcionais a situação, trazendo disfuncionalidade no dia a dia, comportamentos evitativos, insônia, irritabilidade e queda na qualidade de vida. As crises de ansiedade podem trazer uma sensação de desespero, de dificil compreensão pelos demais. Poder acolher sem julgamento é a melhor forma de ajudar. Além da medicação, a pratica de tecnicas de respiração, assim como mudança de hábitos (cessação do uso de bebidas energéticas, diminuicao do consumo de café, diminuição no tempo de uso de redes sociais, realizar exercicio fisico não competitivo) podem auxiliar a recuperação, assim como a psicoterapia.

 

Depressão e seu tratamento

15 abril, 2024


Apesar de muito avançarmos no acolhimento social dos Transtornos Mentais , ainda nos deparamos com alguns tabus que podem colocar em risco a saúde e até mesmo a vida dos pacientes. Então iniciemos deixando claro que Depressão não é frescura. Em torno de 30 d.C, o médico romano Celsus, em sua obra De re medicina, descreveu a melancolia. O primeiro texto de língua inglesa inteiramente relacionado à depressão foi Anatomia da melancolia, de Robert Burton, publicado em 1621. A Depressão é caracterizada pela persistência, na maior parte do tempo, de pensamentos de culpa, desvalia, desesperança, podendo vir acompanhada de pensamento suicida, e  alterações do sono, do apetite, alem de fadiga, tristeza e desânimo. Atualmente sabemos que há uma série de fatores biologicos envolvidos (monoaminas, hormonios, interleucinas, genéticos, anatômico) além de psicossociais (eventos traumáticos, abandono, abuso, privação) e aspectos relacionados a propria personalidade. O tratamento não pode ser negligenciado, e sempre que possível o acompanhamento psicoterapico precisa ser associado a medicação,além da mudança de estilo de vida e inicio de um ciclo virtuoso. Lembrem que mudar, por vezes, é preciso.